Às vezes gosto de ir lá à frente e marcar um golito
Florentino e Leandro Barreiro são siameses. Jogam na mesma posição, têm a mesma idade e partilham sangue angolano, até têm dupla nacionalidade. E, claro, agora jogam no Benfica, pelo que Florentino tem feito questão de mostrar a casa ao médio ex-Mainz contratado pelos encarnados.
«Estou no Benfica há mais de uma década, já são uns aninhos. É sempre bom reviver estes momentos. Agora, graças a Deus, estou na parte profissional, mas é sempre bom ver esta parte da formação», explicou Florentino, que aproveitou a passagem por um dos refeitórios do centro de estágio do Seixal, repleto de jovens promessas, para sublinhar: «A alimentação conta muito! Passei aqui muito tempo, sobretudo após os 14 anos, fazíamos tudo aqui, tínhamos muita relação com os colegas à mesa, e estão cá as tias, caras conhecidas para nos ajudar em tudo. Temos várias coisas, salada… escolhemos o que queremos, fruta… Basicamente, tínhamos várias opções e o que precisávamos, tudo muito parecido ao futebol profissional, para que, quando lá chegamos, nada seja estranho.»
A próxima paragem da reportagem do BPlay foi o hall do edifício central do centro de estágio. «Ali são os troféus que o Benfica já ganhou. Esperemos que este ano consigamos aumentar», sublinhou Florentino, sem esquecer o mérito do academia: «Também temos dois troféus que o Benfica ganhou como melhor academia do mundo. Como já viste, os nossos treinos têm muitos, muitos jovens, mais de metade são da formação. Assim a equipa fica sempre equilibrada.»
Leandro Barreiro, adepto do Benfica «desde pequeno», começou «a ver jogos do Benfica no tempo do Mantorras» e desde aí ficou benfiquista. Foi ouvindo atentamente relatos de Florentino. «O Benfica é conhecido por ter uma boa formação, sabemos também que é um clube que dá oportunidades, por isso fazemos um esforço extra. É o nosso sonho desde criança chegar à equipa principal, e, tendo essa janela de oportunidade, é ótimo para nós», explicou, antes de acrescentar que «o auditório» recebe «reuniões de pré-jogo e de treino, onde o míster explica o que será feito no treino» e que «parece uma sala de cinema».
«É onde temos as reuniões e vemos o que o adversário pode fazer, os sítios que podemos atacar, com o que temos de ter cuidado», acrescentou Florentino.
Leandro explica que no Mainz «as condições eram boas», mas que no Benfica «é um nível completamente diferente». «O clube era um bocado mais pequeno, mas aqui é mesmo enorme. Nós, na Alemanha, tínhamos, se calhar, metade das máquinas. «Tenho as experiências do Mónaco e do Getafe, que são bons clubes, mas ainda não encontrei um clube que tivesse as condições que o Benfica nos dá. E é por isso que o Benfica é um clube muito exigente, porque nos dão muito e pedem muito de nós em campo», frisou Florentino.
O médio internacional luxemburguês explica que é «um jogador que gosta de correr muito, um box to box». «Acho que é uma boa definição da maneira como eu quero jogar. Gosto de defender, gosto de ajudar a equipa, mas às vezes também gosto de ir lá à frente e marcar um golito. Quem não gosta de marcar golos?», brinca Leandro, antes de passar a bola a Florentino: «Acho que tenho características muito semelhantes às tuas. Também sou muito um jogador de equipa, que gosta de manter o equilíbrio e a equipa balanceada no ataque e na defesa. E gosto das duas partes também, ajudar na defesa e no ataque, dar bons passes aos colegas e, quem sabe, também fazer golos.»
O futebol de Roger Schmidt foi elogiado. «Quase todos os jogadores que vêm para o Benfica gostam do nosso estilo de jogo. Estar na frente, pressionar alto, reagir e ganhar logo a bola quando a perdemos, termos a bola o mais tempo possível e mostrar um futebol bonito para, acima de tudo, ganhar jogos», resumiu Florentino. «Nos últimos dois anos segui muito o Benfica e vi a intensidade que há no Estádio da Luz, o amor que os adeptos têm pelo clube e também as expectativas dos adeptos. Via-se pela televisão e estou ansioso por sentir tudo isso em campo também», finalizou Barreiro.
