Villas-Boas sobre Pepe: «Continuidade enquanto jogador não irá acontecer»
Pepe está mesmo de saída da equipa do FC Porto. Como A BOLA havia adiantado, o capitão dos dragões não vai continuar no plantel do clube azul e branco na próxima temporada, com Vítor Bruno ao leme.
Em entrevista ao canal Now, André Villas-Boas confirmou o fim de ciclo do internacional português no emblema portista, pelo menos enquanto jogador: «O que transmiti ao Pepe, de certa forma, e que é de bom senso comum, é que todo o seu futuro está intimamente ligado ao FC Porto, seja do ponto de vista apenas emocional, ou seja até do ponto de vista profissional. Sobre a sua continuidade, enquanto jogador do FC Porto, isso não irá acontecer, Foram-lhe bem explicadas as razões pelas quais infelizmente não poderá acontecer. No entanto, temos o máximo de respeito pela sua carreira», sublinhou.
A redução da massa salarial teve peso na decisão, revela o presidente dos dragões: «Há um caminho diferente e há também uma preocupação, de certa forma, do novo FC Porto em reduzir massa salarial e custos. Isto foi claramente explicado ao Pepe e ele entendeu assim. Irá tomar a decisão que entender relativamente à sua carreira e as portas do FC Porto estarão sempre abertas para ele.»
Villas-Boas falou ainda sobre a possibilidade de vender alguns dos principais ativos do clube para gerar receitas, lembrando o histórico de exportação do mercado português: «Temos bastante valor nos nossos plantéis, que nos podem dar essas mais-valias e essas receitas para operar no mercado. No fundo, o futebol português sempre se traduziu para um mercado que exporta muito em qualidade e talento e penso que naturalmente podemos ser assediados nesse sentido. Se não formos, somos capazes de reter essa qualidade, no entanto, temos obrigações para cumprir, tal como o licenciamento da UEFA.»
«A realidade é que são jogadores muito importantes no FC Porto, que estão acompanhados da sua classe de rescisão. O FC Porto sempre vendeu muito bem. Não tanto nestes últimos anos em que fomos, de certa forma, asfixiados por um garrote financeiro e pelo licenciamento da UEFA, que nos obriga a operar no mercado de outra forma, mas queremos recuperar esse FC Porto negociador», frisou, sobre o incumprimento financeiro que levou a entidade que gere o futebol europeu a aplicar uma multa avultada aos azuis e brancos.
Quanto à resolução dos problemas financeiros, o novo líder máximo do FC Porto revela que a administração está numa fase de discussão «avançada» com os bancos: «Estamos num ponto de comparação entre o que nos é oferecido. Felizmente, o que acontece para nós com a credibilidade da equipa profissional que temos, é que estes bancos permitem ao FC Porto que se sente com eles à mesa. Neste momento estamos numa fase de discussão avançada das propostas que os três bancos nos estão a oferecer. A questão será escolher o caminho mais vantajoso para o FC Porto. Elas estão a acontecer regularmente e na próxima semana temos mais uma com um destes bancos internacionais. Será tomada uma decisão em breve relativamente à reformatação da dívida e de aplicação desse dinheiro para sustentar o FC Porto a curto e médio prazo.»