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Sporting: nunca ninguém viu um Trincão assim

O rótulo de promessa surgiu quando tinha acabado de cumprir 20 anos. A oportunidade surgiu pela porta grande. Deixando o SC Braga, clube onde se formou, para o gigante Barcelona. Um salto para o topo do mundo numa transferência milionária, de €30 milhões de euros. O período de adaptação, esse, numa equipa que liderava o futebol europeu naquela altura, em 2020/2021, com Messi a ser principal figura, não foi fácil e essa afirmação parecia adiada ano após ano, época após época, longe do mediatismo alcançado em tenra idade. Ainda tentou o futebol inglês, numa curta passagem de uma temporada no Wolverhampton, mas raramente teve palco para confirmar qualidades.

A esperança reabriu-se num regresso a casa, a Portugal, desta vez pela porta de Alvalade. Ruben Amorim, que já o conhecia dos tempos em que se cruzaram no clube minhoto, foi decisivo no regresso à Liga. Mas, mesmo assim, sentiu algumas dificuldades para se impor, não se livrando da crítica. À qualidade e talento de um pé esquerdo capaz de fazer magia parecia faltar a regularidade. Que só haveria de surgir a meio da época passada. Francisco Trincão (re)nasceu para o futebol e, ao contrário de outras épocas, conseguiu transportar essa regularidade para um novo ano. Ao ponto de agora, em 2024/2025, ter atingido, finalmente, aos 24 anos, a desejada afirmação. E hoje é oficial: nunca ninguém viu um Trincão assim…

E não fossem os golos e a influência de Gyokeres no atual modelo leonino, seria Trincão, por certo, a estrela maior deste Sporting. Com um rendimento e uma preponderância na equipa que o coloca, nesta fase da época (em dezembro na 14.ª jornada da Liga) como o jogador mais utilizado do plantel: 25 jogos somados, impressionantes 2136 minutos. A bater, de forma clara, todos os registos anteriores da carreira. Pelo menos neste primeiro terço de temporada.

O estatuto de titular está mais do que consolidado e ninguém faz (sequer…) sombra ao esquerdino no onze. Quer com Ruben Amorim, quer nesta nova era em Alvalade, com João Pereira ao leme dos leões. Ninguém somou mais jogos e minutos do que ele esta época. Um rendimento na utilização e na produção do jogo ofensivo. Com 6 golos e 10 assistências Trincão está, por exemplo, a sete golos (13) e uma assistência (11) dos melhores números numa temporada completa, o que aconteceu, convém lembrar, também em Alvalade, em 2022/2023, ano de estreia com a camisola dos leões.

SEM POTE E NUNO SANTOS…

Sem algumas das peças que apresentaram melhores números do passado recente dos leões, nomeadamente Pedro Gonçalves e Nuno Santos, que se mantêm afastados por lesão, tem sido o esquerdino a assumir todo o protagonismo, com golos e assistências. Totalista nas últimas cinco partidas no reinado de João Pereira (nos dois jogos com o Santa Clara, Boavista, Club Brugge e Moreirense), Trincão não perdeu protagonismo e é, por estes dias, um dos rostos em quem os adeptos depositam maiores esperanças na inversão de ciclo. Ele que, curiosamente, com o Gil Vicente, próximo adversários dos leões, em Barcelos, na época passada, foi figura principal ao bisar na goleada por 4-0.

BARCELONA NÃO O PERDE DE VISTA

Apesar de não ter tido uma afirmação plena em Barcelona — mesmo tendo somado 42 jogos em 2020/2021 — os catalães não perdem de vista o esquerdino dos leões. Até porque ainda são uma parte envolvida num eventual negócio com o jogador. O Barcelona, recorde-se, tem direito a 50 por cento de uma futura venda do extremo leonino além de uma cláusula de recompra que pode variar entre os €20 e os €25 milhões mediante a altura em que for exercida.

As boas exibições de Trincão, de resto, já foram tema de destaque em Espanha, onde se tem vindo a acompanhar a evolução do atacante em Alvalade. Ele que, convém lembrar, custou €10 milhões (€3 milhões num empréstimo e mais €7 na cláusula de opção de compra) e está blindado com uma cláusula de €60 milhões. Tendo contrato até 2027 com o clube leonino, o Sporting, tal como A BOLA já havia adiantado, tem o esquerdino incluído numa lista de jogadores que pretende segurar com um novo vínculo contratual. Um processo que se encontra em andamento e sofrerá avanços em 2025.

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