Sintrense recebe o FC Porto: É uma lufada de ar fresco financeiro
“Jogámos contra uma boa equipa, e foi difícil, mas conseguimos vencer, que é o mais importante. Marcar dois golos é muito especial para mim”, afirmou o avançado à Sporting TV.
Questionado sobre a sua posição em campo, Harder foi claro: “Prefiro estar em campo. Não importa onde jogo, o que quero é jogar futebol e ajudar a equipa.”
“Uma prenda de Natal antecipada”. É desta forma que, a O JOGO, Jorge Gurita descreve a receção, no domingo (17h00), ao FC Porto. O administrador da SAD do Sintrense refere mesmo que “este jogo é uma lufada de ar fresco financeiro”, tendo em conta que “o clube está inserido num campeonato onde as receitas não compensam as despesas”.
“Vamos ter um lucro que não alcançaríamos em três épocas. E é um valor que nos vai ajudar a cimentar o projeto”, admite o dirigente, que, em 2018, fez parte de uma comissão de gestão no Sporting, criada após a saída de Bruno de Carvalho da presidência.
Por falta de condições do estádio do Sintrense, o jogo vai ser disputado no José Gomes, casa do Estrela da Amadora. E já há poucos bilhetes. “Mal colocámos à venda, formou-se uma fila com vários metros. Foi um corrupio. Mostrou logo o entusiasmo das pessoas”, recorda o dirigente, que não pretende contactar os portistas para uma eventual cedência da receita. “Não me parece correto colocar essa situação ao FC Porto, quando sabemos que tem uma administração nova e que também está a enfrentar dificuldades”, explica.
Outro dado nova para a SAD foi a atenção mediática proporcionada pelo desafio com os portistas. “Em termos de projeção, estamos a colocar Sintra no mapa do futebol. Nesta última semana, aparecemos em tudo o que são notícias e jornais e a nossa equipa passou a ser a referência. Em termos de divulgação, isso foi brilhante”, reconhece Jorge Gurita.
Apesar de satisfeito com a projeção nos últimos dias, lança um alerta. “Este aparecimento do Sintrense nas primeiras páginas dos jornais acaba por nos colocar numa situação que pode ser perigosa no campeonato. Temos de continuar com os pés bem assentes na terra, porque este não é o jogo das nossas vidas. O nosso foco principal tem de ser o Campeonato de Portugal”, avisa, embora confiante de que a equipa vai continuar a corresponder nos jogos seguintes e dar o melhor contra o FC Porto. “É verdade que a diferença é abissal, mas vamos entrar para ganhar. Não viramos a cara a luta.”
O Sintrense chega a este jogo da Taça de Portugal com o FC Porto a partilhar com o Louletano e o Lusitano de Évora a liderança da Série D do Campeonato de Portugal, ambos com 14 pontos.
O lema da SAD é “rumo ao topo”
Este é o primeiro ano da atual SAD do Sintrense, lançada com um lema vincado. “É rumo ao topo, ir o mais longe possível. Mas, para já, o nosso objetivo é no fim da época desportiva estar a disputar um lugar de subida no nosso escalão”, realça Jorge Gurita. Sobre o prazo para chegar até ao topo, o administrador foi taxativo. “Depende da conjuntura. Sabemos que o futebol mexe com muita coisa e umas vezes acerta-se na baliza, outras a bola vai ao poste. Estes fatores podem fazer com que um projeto de três a quatro anos possa ser alargado”.
Estádio precisa de melhorias
SAD lamenta falta de apoio camarário para modernizar as infraestruturas e defende que Sintra devia ter um recinto municipal.
Jorge Gurita admite que “era necessária uma quantidade de condições” para que o jogo com o FC Porto pudesse ser realizado no estádio do Sintrense. “Precisávamos de uma bancada suplementar com mais quatro mil lugares e a iluminação não é suficiente para uma transmissão televisiva”, explica o administrador da SAD, explicando a razão da escolha da Reboleira: “Fica perto de Sintra e os adeptos chegam facilmente lá através do comboio.”
O dirigente também lamenta a falta de apoio da autarquia para melhorar as infraestruturas do clube e até defende um recinto municipal como medida. “Sintra merecia ter um estádio como deve ser, onde os adeptos pudessem ver estes grandes jogos sem ter de se deslocar. Até porque, com esta partida, estamos a colocar o concelho no mapa”, aponta Jorge Gurita.
Nani sem poder de decisão
Nani é um dos acionistas da SAD do Sintrense e, em meados de julho, apareceu ao lado do atual presidente, Ricardo Oliveira, quando o projeto foi divulgado. No entanto, para já, ainda não tem influência nos assuntos do clube. “É um pequeno acionista e, embora seja uma figura importante, não tem intervenção direta na administração. Quando pode, passa por aqui para saber como estão as coisas”, esclarece Jorge Gurita.
Curiosamente, Nani joga no Estrela de Amadora, clube que vai ceder o estádio para esta eliminatória da Taça de Portugal com o FC Porto.