Rui Borges com problemas graves no Sporting
Rui Borges a qualificarem-se para os oitavos de final da UEFA Champions League e Rui Borges já disse que não fazia «milagres, nem magia»… Mas o treinador admitiu muito mais nas conferências de imprensas antes e depois do jogo com os alemães. Bombardeado com as utilizações aos soluços de Morita e, fundamentalmente, Gyokeres, frisou que não era «médico». Contudo, parece ser ele o verdadeiro médico do Sporting…
Todos conhecemos o percurso de Rui Borges em Alvalade. O que herdou e em que condições tem trabalhado. E a tarefa tem sido hercúlea. Um exemplo? O jogo da noite de terça-feira. Com Hjulmand castigado, Geny Catamo, Nuno Santos e Pedro Gonçalves lesionados e Gonçalo Inácio, Morita e Gyokeres limitados, o Sporting apresentou-se de início sem sete titulares! Poderia ter alcançado um resultado diferente? Obviamente que sim, mas, convenhamos, não era fácil travar o Dortmund, só o atual vice-campeão europeu.
Rui Borges foi apresentado no Sporting a 26 de dezembro, com a equipa no 2.º lugar, e três dias depois já estava a discutir a liderança da Liga com o Benfica. Ganhou o dérbi e subiu ao primeiro lugar do campeonato, que não só mantém como possui uma vantagem de quatro pontos para o eterno rival, que aquando da chegada do treinador a Alvalade tinha mais um ponto, e oito para o FC Porto, com o qual estava então igualado.
Os leões têm sido perseguidos pelas lesões — são, por norma, quatro/cinco os ausentes a cada jogo — e agora, para a receção ao Arouca, também há que subtrair os castigados Diomande e Matheus Reis, expulsos no Dragão, o que, claro, dificulta muito o trabalho do treinador. Rui Borges, todavia, tem sido coerente, sublinhando a cada dia que está no clube não para se desculpar, mas para encontrar soluções. E tem-nas conseguido. Mudou o sistema, confiou em João Simões — a única boa herança de João Pereira, que foi quem lançou o médio —, adaptou Debast ao meio-campo, retirou Fresneda do ostracismo e tem conseguido manter a equipa competitiva. Longe da qualidade exibida na era Amorim, mas competitiva. A nível nacional, entenda-se.
E é aqui que reside um dos principais problemas do atual Sporting. A constituição de um plantel curto e moldado para o 3x4x3, associado aos tais constantes problemas físicos, não dá grande margem de manobra a Rui Borges, que, constantemente, tem trabalhado com pouco e, considero, tem-se exposto muito. Como no final do jogo com o Dortmund.