Benfica

Roger Schmidt reage à contestação dos adeptos do Benfica depois do jogo com o Farense, no São Luís

Depois de quatro meses e quatro dias, uma volta de campeonato, eliminações da Taça da Liga e da Taça de Portugal, afastamento das competições europeias e adeus praticamente consumado à renovação do título de campeão, Roger Schmidt voltou a sentir a ira de adeptos mais sensíveis ao mau desempenho da equipa.

É fácil concordar que os limites da liberdade de insatisfação são ultrapassados quando se insulta ou tenta agredir através do lançamento de objetos. Foi isso que aconteceu nos dois jogos do Benfica com o Farense e não é difícil perceber que as vítimas dessa ira possam ter sentido um apelo de reação de que, eventualmente, se tenham arrependido.

Schmidt pareceu caminhar, no São Luís, à frente de um pelotão de fuzilamento, indiferente ao resultado do jogo e só concentrado na missão de fazê-lo cair do Benfica. Mesmo desconhecendo o sentimento de todo os benfiquistas, pode arriscar-se dizer que não serão muitos os que se reveem naqueles comportamentos próprios de outras atividades, mas já é mais fácil identificar, avaliando por outras reações de descontentamento dentro do que podemos considerar aceitável e que devem ser respeitadas, que muitos querem ver o treinador pelas costas.

 

Sobre o trabalho do treinador, cada qual, entre os quais Rui Costa, fará a sua avaliação. E só o presidente do Benfica terá, depois, de tomar uma decisão. Evidente, nestes meses, foi a incapacidade de Schmidt comunicar. Quando uma conferência dele acaba, parece que ficou tudo por contar, como se cada oportunidade de falar com os benfiquistas, para esclarecer dúvidas, opções ou até estados de espírito, fosse menosprezada para atenuar a insatisfação e tivesse, nalguns casos, o efeito contrário de agravá-la.

 

É impossível ignorar, claro, que as circunstâncias são diferentes e que os resultados iniciais contribuíram para que cada palavra de Schmidt fosse música para os ouvidos dos benfiquistas.

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