Precisa de melhorar muito aspectos: Rui Dias escritura craque do Sporting
Rui Dias está admirado com a potência física de Conrad Harder. O dinamarquês está a cumprir a temporada de estreia pelo Sporting, somando três golos ao cabo de 238 minutos. No entanto, para o jornalista, o avançado ” tem ainda de aprender muitas lições”.
“É um adolescente à procura de preencher o disco rígido com soluções técnicas e táticas que cumpram o ideal de um avançado fortíssimo, um goleador temível e um jogador de expressão universal. Fisicamente é um fenómeno, de que ele trata diariamente com disciplina e trabalho, mas só isso não lhe garante o cumprimento do plano para a carreira”, disse, no jornal Record.
“Apesar da ferocidade, não é um predador caracterizado por ser efeito sem causa (precisa de ser alimentado); sobrevive em terreno hostil, porque é agressivo, corajoso, intenso e intuitivo, mas só com o apoio de quem o rodeia consegue melhorar as armas que já manuseia e apetrechar-se com outras que, por ora, não passam de uma quimera”, admitiu.
“No Sporting de Rúben Amorim tem jogado da esquerda para o meio, em apoio a Viktor Gyokeres, ou como referência do ataque, na zona central. Sozinho na frente, CH sobrevive pela fortíssima compleição física, por ser forte, rápido, ágil, articulado e estar sempre disponível como recetor da bola; sem esforço suplementar alimenta o toque, o passe, a temporização e o remate. Nunca se esconde, gosta de associar-se, é oportuno, sabe estar na área, mas nem sempre essa intervenção desgastante resulta naquilo de que a equipa necessita”, explicou Rui Dias.
“Em Portimão, CH não marcou só dois golos; decidiu o jogo em momentos nos quais depositou o melhor do seu perfil futebolístico: num associou ao tiro certeiro e difícil a utilização do físico para proteger a bola e anular as hipóteses do adversário direto; no outro, quando as emoções estavam ao rubro, o coração batia pelo desgaste da hora e meia e pela perspetiva do esforço suplementar de um prolongamento indesejado, teve a frieza de respirar fundo, baixar as pulsações e sacar de uma solução de catálogo na abordagem ao guarda-redes. CH não é um projeto concluído; precisa de melhorar muitos aspetos do seu jogo e tem ainda de aprender muitas lições até se tornar o avançado que pode vir a ser. Enquanto não conclui o processo vai marcando golos. Nada melhor para início de conversa”, terminou.