Notas do Pevidém-Benfica: Passeio de Beste não escondeu desinspiração
OBenfica confirmou as expectativas que se esperavam e qualificou-se, na noite de sábado, para a quarta eliminatória da Taça de Portugal ao vencer o Pevidém, por 0-2. Não se pode dizer que foi uma passeio tranquilo para o clube da Luz, num jogo em que foi superior perante um adversário combativo.
Dois golos do alemão Jan-Niklas Beste, que se estreou a marcar de águia ao peito, ‘coroaram’ aquele que foi o maior volume ofensivo de um Benfica com muitas mexidas no onze inicial – sete em relação à vitória diante do Atlético de Madrid -, e que deu espaço a jogadores menos utilizados. Do outro lado esteve uma equipa que procurou repartir as despesas da partida, mas sem converter o esforço em oportunidades.
A forte entrada do Benfica na partida, que marcou logo aos três minutos, não assustou o emblema do Campeonato de Portugal, que se bateu taco a taco com os lisboetas. Quem esperava que a formação de Guimarães colocasse o autocarro à frente da baliza, desengane-se. Até provocou um calafrio quando Marna, o ponta de lança, falhou por centímetros o cabeceamento em posição frontal, aos 39 minutos.
No segundo tempo, o Benfica aproveitou o cansaço da equipa de São Jorge de Selho, que jogou em ‘casa’ do Moreirense para esta partida, e instalou-se com mais consistência junto à área pevidense. Apesar de ter sacodido esta pressão no arranque da etapa complementar, o Pevidém perdeu a frescura física da primeira parte e viu Beste bisar no encontro (75′). O alemão foi o ‘pronto socorro’ das águias, numa segunda parte marcada pela monotonia e desinspiração dos homens da frente dos encarnados.
Mas vamos às notas da partida:
Figura
O prémio não podia ir para outro que não Jan-Niklas Beste. Ainda que discreto, o alemão foi eficaz, tal como os treinadores pretendem. Jogou numa zona mais adiantada do terreno e voltou à titularidade com um bis e uma estreia a marcar pelo Benfica.
Surpresa
Daisuke Araki não tremeu perante um adversário de valia superior ao seu Pevidém. O japonês foi um dos elementos em destaque do lado da formação de Guimarães, procurando sempre movimentações promissoras para tentar surpreender o rival.
Desilusão
Kaboré dispôs de mais uma oportunidade para provar que merece ser alternativa a Bah e desperdiçou-a, tal como tinha feito na Liga dos Campeões contra o Estrela Vermelha. Até começou bem o encontro com a assistência para o primeiro golo de Beste, mas perdeu-se com o desenrolar da partida. Decidiu sempre mal e perdeu todos os duelos com Simão Melhôr.
Treinadores
João Pedro Coelho
Prometido e comprido. Na antevisão a este encontro, o treinador do Pevidém prometeu uma equipa com personalidade e isso viu-se em campo. Os minhotos fizeram um jogo muito competente e com alma.
Bruno Lage
Missão cumprida, mas com avisos. O Benfica mostrou sem uma equipa de valia superior a este Pevidém, mas regressa a Lisboa com um triunfo que merece ser visto e revisto ao pormenor. Pese embora as muitas mudanças na equipa inicial, faltou alguma ligação entre setores e a criatividade ofensiva também esteve ausente. Valeu Beste.
Arbitragem
Nada a apontar ao trabalho de David Silva. O juiz realizou uma exibição sólida e não tremeu quando os jogadores do Benfica pediram duas grandes penalidades.