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Magnus Andersson: “Fiquei surpreendido quando recebi a chamada de Villas-Boas”

Magnus Andersson recebeu a reportagem de O JOGO, tendo respondido com simpatia a todas as perguntas, ainda que algumas pudessem ser um pouco mais incómodas.

Como está a correr o seu regresso ao FC Porto?

-Até agora está tudo bem, para mim é muito engraçado estar de volta. No início da temporada tivemos um pouco de dificuldade, com muitos jogadores lesionados, muitos esquerdinos. O primeiro jogo, contra o Benfica, na Supertaça, não foi o nosso melhor, mas o Benfica também fez um jogo extremamente bom contra nós. Mas, até agora, devo dizer que me divirto, acredito que a equipa se diverte, embora nem sempre joguemos o melhor andebol. Mas ganhamos jogos e temos uma equipa interessante, estou satisfeito.

Disse que nem sempre jogam o melhor andebol. Que razões encontra para isso acontecer?

-Isso acontece um pouco mais quando jogamos sem canhoto. Às vezes é difícil ter esses ritmos de jogo, jogar o que jogávamos antes, dá para ver algumas coisas táticas mas a bola não se move como antes. Também temos alguns jogadores novos como Steini [Leó Gunnarsson]. Ainda teve pouco tempo para se integrar na equipa e a forma como jogamos andebol e a forma como eles jogam na Islândia é diferente. Até agora estou muito feliz, mas talvez precisemos de um pouco mais de tempo.

Esteve cinco temporadas no FC Porto e disse, várias vezes, que gosta do clube, da cidade, das pessoas. Ficou contente com o regresso?

-Antes de mais, fiquei verdadeiramente surpreendido com esta hipótese de voltar.

Não ficou mais surpreendido por não ter feito a sexta temporada, para a qual tinha contrato?

-Talvez tenha sido uma surpresa maior, sim. Foi uma situação muito estranha para mim, mas agora também estou feliz por estar de volta…

Como foi esse processo que o trouxe de volta ao FC Porto?

-Fiquei surpreendido quando recebi a chamada do André [Villas-Boas]. Muito surpreendido e também feliz, mas foi complicado porque o plano era mudar-me para França. Mas quando surgiu esta oportunidade novamente, comecei a pensar um pouco, não estava pronto para tomar logo a decisão, também foi antes das eleições, por isso não sabemos realmente se se concretizaria, mas depois comecei a pensar na hipótese de voltar. Agora estou muito feliz por isso ter acontecido.

Porquê essa felicidade de que fala?

-Porque tenho aqui um trabalho que me dá muito gozo, adoro este clube e também a cidade. Sinto-me muito confortável aqui no Porto, no FC Porto, adoro a equipa, os jogadores, divertimo-nos juntos e também tivemos sucesso. Claro que quando se ganham alguns títulos e se vê a equipa crescer, isso ajuda muito.

Nas primeiras cinco temporadas ganhou oito troféus. Volta como o treinador que levou o FC Porto para outros patamares na Europa e a ganhar títulos. Isso é uma grande responsabilidade para si?

-Não, não é. Claro que muitos amigos e pessoas disseram-me que se eu não voltasse já seria como uma lenda aqui no FC Porto. Mas não me importo com isso e estou muito bem aqui. Não penso muito no que aconteceu, depois de tantos anos sinto o Porto como a minha segunda casa.

Além disso, imagino, também porque está aqui para ganhar novamente…

-Temos de ser realistas e sabemos que vai ser difícil, mas voltar a ser campeões e a ganhar tudo é o nosso sonho, o nosso grande objetivo . Foi por isso que ficámos um pouco desiludidos com o primeiro título, quando perdemos com o Benfica e o Sporting ganhou a Supertaça. Mas no desporto também precisamos de aprender com a perda e isso talvez nos dê inspiração para esta época e para continuarmos a trabalhar arduamente para ganhar.

Desvaloriza, portanto, a parte da responsabilidade?

-Não penso nisso. Quando cheguei aqui pela primeira vez não tinha a expectativa que o nosso objetivo fosse ganhar tanto, não se pensa muito nisso, mas claro que depois de tantas vitórias a expectativa é maior e para o FC Porto um segundo lugar não chega.

“Tenho respeito pelo Benfica”

“Sei que muitos pensam que o campeonato será entre nós e o Sporting, mas também tenho muito respeito pelo Benfica. Se olharmos jogador a jogador, têm uma equipa mesmo muito boa”, disse Magnus Andersson. “O Sporting fez excelentes resultados, eles têm uma equipa muito boa, acredito que também eram uma boa equipa nos últimos dois anos quando ganhámos jogos bastante difíceis frente a eles. Às vezes tivemos sorte, às vezes um pouco de azar, acho que o campeão este ano terá a ver com pequenos detalhes”, concluiu.

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