Madureira e o negócio dos bilhetes: ‘Margem de lucro? Zero’
Fernando Madureira, ex-líder da claque Super Dragões, foi um dos arguidos ouvidos no âmbito da Operação Pretoriano, sendo questionado sobre o alegado esquema de venda de bilhetes no FC Porto.
O depoimento de Madureira, divulgado pela CMTV no programa Doa a Quem Doer, revela pormenores sobre a forma como o esquema funcionava e as instruções que recebia para tratar sempre as transações “com dinheiro”.
Durante o interrogatório, Madureira explicou que os bilhetes eram distribuídos pela claque através de um processo controlado por si.
“Na segunda-feira coloco no grupo dos Super [Dragões], no grupo das reservas, para enviarem o nome e o número do cartão de cidadão. A Sandra faz uma lista de Excel e envia para a Cátia, da Porto Comercial. Depois, eu vou lá sexta buscar os bilhetes“, explicou.
Os bilhetes eram então entregues aos núcleos da claque, sem qualquer margem de lucro para Madureira, que alegou ser o único a ter controlo sobre o processo.
“Margem de lucro? Zero. (…) É que se não for eu a ter o controlo e a ter os bilhetes… Imagine… tenho de ser eu porque sou eu que controlo as pessoas. Isto sempre foi assim“, disse o ex-líder dos Super Dragões, quando questionado pelo juiz sobre o montante de dinheiro apreendido em sua casa.
Fernando Madureira, que liderou a principal claque do FC Porto durante vários anos, sempre esteve envolvido em polémicas relacionadas com o controlo dos bilhetes para os jogos dos dragões. O esquema foi investigado no âmbito da Operação Pretoriano, que levou à detenção de várias pessoas ligadas a atividades ilegais no futebol.
O seu depoimento é um dos muitos que estão a ser analisados para determinar a extensão dos esquemas ilegais que envolviam a venda de bilhetes e outras atividades paralelas associadas ao futebol português.