Jogadas de ‘laboratório’ do Benfica têm novo cérebro
Javi García, antigo jogador do Benfica, médio defensivo da primeira passagem de Jorge Jesus pelos encarnados, regressou ao clube depois de uma passagem fugaz pelo Boavista e integrou a equipa técnica liderada por Roger Schmidt. Como o treinador alemão explicou numa das suas primeiras intervenções, o espanhol tinha o conhecimento do clube e da Liga portuguesa e poderia ser, por isso, muito útil, mas acabou também por mostrar serviço no trabalho de preparação das bolas paradas.
O Benfica da primeira época de Roger Schmidt era uma equipa perigosa quando executava por exemplo cantos curtos, quando aparecia David Neres a cruzar para o segundo poste, onde surgia, não raras vezes, Otamendi. Em mais do que um momento de sucesso em lances de bola parada, Javi García foi homenageado por jogadores, que o abraçavam na celebração de golos.
Ricardo Rocha, o antigo central dos encarnados que rendeu Javi García, herdou, pois, essa responsabilidade. Não apenas é visto como outra figura com enorme conhecimento de clube e de campeonato português, como também integra a equipa que prepara as bolas paradas e da qual faz parte Jens Wissing, o mais jovem adjunto de Roger Schmidt, com apenas 36 anos, que durante os encontros será, porventura, o homem que mais próximo estará do técnico alemão — quando Schmidt viu o cartão vermelho no encontro com o Vizela, Wissing foi o substituto à frente do banco, na partida com o Famalicão.
Ricardo Rocha tem pela frente muito trabalho, dado que foi entendido que a equipa perdeu qualidade nesse aspeto do jogo, mas ecos do Seixal indicam que o recém-chegado adjunto de Roger Schmidt tem conseguido impor-se naturalmente no trabalho diário da equipa, sem dificuldade para lidar com jogadores e treinadores.
Rocha, recorde-se, foi central e lateral-esquerdo de Benfica, Tottenham e Seleção Nacional, pelo que terá experiência larga a pensar como surpreender defesas e a prever ataques.