João Pereira desvaloriza impacto da derrota: «Não vamos ter tempo para fazer o luto»
Depois de ter reconhecido na flash interview que o Sporting ficou esta noite abaixo das expectativas, João Pereira analisou a derrota com o Arsenal por 5-1 em conferência de imprensa.
Jogo hoje não correu bem. A reação no início da segunda parte poderia ter gerado outro resultado. A anterior equipa técnica também se estreou na Champions com este mesmo resultado (5-1 frente ao Ajax) e o último jogo foi o que foi. O que podemos tirar de positivo deste encontro e da vossa estreia?
“Em primeiro, retiro o positivo. Os primeiros 20 minutos da segunda parte – até ao penálti – foi uma grande reação dos jogadores depois de ter sofrido o 3-0 antes do intervalo. Ajustámos ao intervalo, reagimos bem, fizemos o 3-1, podíamos ter feito o 3-2, mas depois sofremos um penálti e ficou tudo difícil. Adeptos? Demonstraram que estão com a equipa. Resta-nos compensá-los no próximo jogo por causa deste resultado.”
Olhando para a primeira parte, foi um Sporting irreconhecível. Como justifica essa exibição? Que impacto pode ter este jogo na equipa?
“Acho que nem em mim nem aos jogadores vai ter um impacto assim. São três pontos. É verdade que é um resultado avultado, e em casa, frente aos nossos adeptos, mas o impacto é para reagirmos já no próximo jogo, pois já temos um no sábado. De facto foi um mau início de jogo para nós, muito condicionado pelo primeiro golo que sofremos muito cedo. Vamos ter de sair daqui com os primeiros 20/25 minutos da segunda parte, onde fomos claramente superiores.”
Jogo contra o Man. City criou uma expectativa demasiado elevada nos adeptos?
“Eu não sinto que os jogadores não tivessem os pés bem assentes na terra. Foi um grande resultado contra o City, mas sabemos que todos os jogos são diferentes. Hoje não entrámos bem, o Arsenal foi superior na primeira parte, na segunda nem tanto. Não vamos ter tempo para fazer o luto, vamos ter de levantar a cabeça e preparar o jogo contra o Santa Clara.”
Fala do primeiro golo sofrido muito cedo, mas a verdade é que o Sporting pouco mostrou na primeira parte. Só mexeu na equipa depois de ter estado a perder por 4-1, sentiu falta de soluções no banco?
“Não, a verdade é como os jogadores entraram na segunda parte determinados e podiam dar a volta, podíamos ter feito o 3-1 e o 3-2 e acho que não deveria mexer na equipa. Temos várias boas opções no banco e toda a gente já demonstrou que pode ser opção. Quanto à posse de bola, acho que até conseguimos ter a bola algum tempo, não conseguimos foi criar situações de perigo como criámos na segunda parte. O problema foi mesmo sofrermos o golo cedo. O Arsenal conseguiu ter muita bola e nós não fomos agressivos. O intervalo fez-nos bem, deu para alterar e ajustar. Sabe a pouco. Parece que estou a falar sempre do mesmo, mas o que fizemos na segunda parte é o que podemos levar de positivo daqui. Toda a gente está triste e dececionada com o resultado.”
Falou em erro de casting na flash-interview, referia-se a quem? A si ou aos jogadores que colocou dentro de campo?
“Erro de casting? Não me lembro de ter dito erro de casting, sinceramente. Casting não sei se disse isso. O responsável pela derrota sou eu. Fui eu que preparei a tática, que coloquei os jogadores a jogar e sou eu quem tem de assumir esta derrota pesada. O mais importante é os adeptos estarem com a equipa, que os jogadores já responderam em vários momentos de adversidade e estarem connosco é o mais importante.”
Que avaliação faz da exibição de Franco Israel?
“Acho que o Franco é um grande guarda-redes, esteve bem. Sofremos cinco golos mas a culpa é do coletivo. Quando perdemos, perdemos todos e quando ganhamos é de todos. A culpa não é dos defesas, quando não temos a bola todos os jogadores são defesas.”
O que disse aos jogadores no balneário? Pode prometer aos adeptos que não haverá um decréscimo de qualidade?
“O que eu posso prometer é trabalho máximo e diário para continuar a fazer do Sporting um clube vencedor, para tentarmos ganhar mais vezes e continuarmos a praticar um bom futebol como toda a gente estava habituada. Hoje não foi esse dia, não entrámos bem e, por isso, digo que temos de trabalhar nestes três dias que temos para preparar o jogo com o Santa Clara para darmos uma resposta diferente.”
O que disse aos jogadores ao intervalo?
“Tentei passar um pouco de tranquilidade porque perder por 3-0 ao intervalo e sofrer um golo logo a acabar pesou [nos jogadores]. Pedi tranquilidade, disse no que íamos ajustar para a segunda parte. Os jogadores motivaram-se, acreditaram na mensagem que passámos ao intervalo e no ajuste que fizermos e a verdade é que parecíamos uma outra equipa naqueles 25 minutos, mas aquele penálti complicou tudo, tal como disse.”