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Morreu Francisco Pinto Balsemão, fundador da SIC e do Expresso

Entre a política e as redações, Francisco Pinto Balsemão foi sempre artesão de futuro. Morreu esta terça-feira, aos 88 anos, deixando ao país a memória de um homem que fez da liberdade um ofício e da palavra um destino.

Figura central da política portuguesa e pioneira do universo jornalístico, deixa uma marca indelével na democracia e nos media em Portugal.

Figura central da política portuguesa e pioneira do universo jornalístico, deixa uma marca indelével na democracia e nos media em Portugal.

A 1 de setembro de 2025, dia em que completou 88 anos, Pinto Balsemão foi condecorado pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem de Camões. A mais recente numa extensa lista de prémios e distinções que recebeu ao longo da vida.

Na génese da liberdade

O legado democrático começou ainda antes do 25 de Abril, na Ala Liberal. No pós-Revolução, fundou o PPD (atual PSD) ao lado de Francisco Sá Carneiro e Joaquim Magalhães Mota.

Em 1980, assume as funções de ministro de Estado Adjunto do primeiro-ministro. Após a trágica morte de Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão lidera, entre 1981 e 1983, o VII e o VIII Governos Constitucionais, mandatos marcados pelo papel crucial que desempenhou na preparação do terreno para a adesão de Portugal à CEE, especialmente através da revisão constitucional de 1982.

Do papel ao ecrã, na vanguarda do jornalismo
No plano jornalístico, depois de uma marcante e inovadora passagem pelo Diário Popular, funda o Expresso, semanário que se tornaria rapidamente num símbolo da liberdade de imprensa em Portugal.

No início da década de 90, é precursor na abertura da televisão ao setor privado, fundando a SIC em outubro de 1992. A aposta no jornalismo vanguardista é aprofundada em 2001 com o lançamento da SIC Notícias, o primeiro canal temático de informação em Portugal.

O legado de Francisco Pinto Balsemão permanecerá inscrito na História de Portugal, atravessando décadas de transformação política, social e mediática. Entre a dedicação ao jornalismo e a paixão pela liberdade, soube cultivar um sentido de missão assente no rigor e no “direito a informar e a ser informado”.

Protagonista de uma trajetória feita de gestos discretos e escolhas firmes, ecoará como exemplo de compromisso democrático e de fidelidade à palavra. No olhar atento que lançou sobre o país, fica a eterna marca de quem nunca desistiu de pensar Portugal. E de o desafiar a ser maior.

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