Contas da SAD do Benfica respiram com 40 milhões de euros positivos

O Benfica apresentou esta quinta-feira as contas do primeiro semestre de 2024/25 e, no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) o que ressalta à vista é o valor do resultado líquido substancialmente superior em comparação com o registado no fecho das últimas contas anuais, em junho de 2024, e também comparando ao período homólogo de fevereiro do ano passado. Os encarnados revelaram esta tarde um número positivo de 40,3 milhões de euros, que contrasta com os 31,4 milhões negativos do registo anual e superam os 18 milhões positivos do primeiro semestre da época passada. Aliás, este passou a ser o segundo melhor resultado de sempre da SAD num primeiro semestre, apenas superado pelo de 2019/20, quando incluiu a venda de 120 milhões de euros de João Félix ao Atlético de Madrid.
Para que este registo tenha sido atingido muito contribuíram as transferências que as águias realizaram depois de junho de 2024, já após o fecho das últimas contas. As vendas avultadas de João Neves (59,9 M€), Marcos Leonardo (40), David Neres (28) e Morato (11) permitiram um encaixe bruto de 138,9 milhões de euros, não entrando neste bolo os objetivos contratualizados, que serão registados nos exercícios em que cada montante for alcançado. Este encaixe permitiu também compensar os 38 milhões investidos nas aquisições de Pavlidis (18), Akturkoglu (12) e Beste (8), ficando fora deste balanço as aquisições asseguradas no último mês de janeiro.
Olhando para os principais números e sempre na perspetiva da comparação com período homólogo – os segundos semestres têm sempre tendência para números menos expressivos e muito diferentes -, a SAD apresenta um aumento dos rendimentos totais (de 214,4 milhões contra 180,4 anteriores), tendo aumentado o ativo (de 573,4 para 594,5), mas também o passivo (de 442,2 para 472,3). Para este, contribuiu o incremento, ainda que ligeiro, da dívida líquida (196,1 agora, 192,4 antes), dos gastos operacionais (139,2 passaram para 142,9) e dos empréstimos (193,3 para 2023,3). Como consequência, os capitais próprios da sociedade, ainda francamente positivos, desceram de 131,2 milhões para 122,8, acima do valor do capital social, que é de 115 milhões.
Ainda neste capítulo dos gastos, destaque para o que foi aplicado em serviços e fornecimentos externos, as denominadas FSE, que muitas vezes são chamadas à atualidade por opositores da atual administração. Nestas contas, foram registados 38,6 milhões de euros, dos quais 21,4 milhões entram no Grupo Benfica, sendo 17,2 destinados a entidades externas, isto apesar dos encarnados terem registado um acréscimo de 25% de atividade de jogos na Luz.