Bruno de Carvalho não era fácil de personalidade e feitio
No podcast Fora de Jogo, o antigo team manager do Sporting, André Geraldes, que esteve no clube de Alvalade de 2013 a 2018, foi convidado a falar sobre o treinador Jorge Jesus e o antigo presidente leonino, Bruno de Carvalho, com quem trabalhou no emblema verde e branco.
«Pessoas com personalidades fortes. O Jorge [Jesus] é uma pessoa do futebol, tem muitos anos disto, e gostava de ter a sua autonomia e liderança sobre o grupo. O presidente, na altura, como se sabe, não era uma pessoa fácil de personalidade e de feitio, mas não era melhor nem pior», começou por dizer.
«Era necessário um trabalho como profissional e tinha de fazer essa mediação. Isso não quer dizer que se concorde muitas vezes com as posições tomadas. Infelizmente, para o projeto na altura, houve posições tomadas pelo presidente que não caíram bem junto do grupo e junto, como se percebeu, depois, no final, de alguma massa associativa. Se os sócios e os adeptos são o maior património do clube, é impossível não falar sobre isto», acrescentou André Geraldes.
Ainda sobre Bruno de Carvalho: «Fez muita coisa bem, mas depois, numa fase mais adiantada, as coisas não correram tão bem. Era um estilo que não se adequava às necessidades de tranquilidade permanente de uma equipa de futebol profissional. Isso ficou evidente perante todos. Essa intranquilidade que existiu revelou-se inegável. Penso que o próprio, se pudesse corrigir alguma coisa, iria corrigir.»
André Geraldes confessou que não fala com Bruno de Carvalho «há muitos anos». «Mas naquela fase mais final as coisas não foram bem geridas. Na minha opinião, um presidente de um clube não deve expor-se nas redes sociais de forma a que faça praticamente uma análise dos falhanços da equipa numa eliminatória europeia. Assim como me parece precipitado, numa Assembleia Geral, atacar-se parte da Comunicação Social, para não dizer toda. Não me parece razoável. Para que fique registado, acho que houve muita coisa bem feita, mas acho que houve muita coisa que não correu bem na parte final e isso precipitou, obviamente, o fim que acabou por ter», lembrou André Geraldes a fase final da presidência de Bruno de Carvalho, que teve o momento mais conturbado em abril de 2018, com a eliminação na Liga Europa com o Atl. Madrid, a invasão da Academia em maio e que terminou com a destituição do presidente em junho.