Nacional

Avaria dos aviões canadair usados para combater os fogos

candidato às Presidenciais Henrique Gouveia e Melo fez duras críticas à gestão dos incêndios florestais em Portugal, admitindo mesmo que sentiu “envergonhado” quando soube da avaria dos três aviões Canadair usados para combater os fogos.

“Quando vi que os três Canadair estavam inoperacionais, senti-me completamente envergonhado. Envergonhado enquanto um agente do Estado, enquanto português, porque isto é o colapso da organização”, criticou, num vídeo publicado nas suas redes sociais.

Gouveia e Melo lamenta que, oito anos depois dos incêndios de Pedrógão Grande – onde morreram 66 pessoas -, estejamos perante “exatamente a mesma situação”. “Passei o ano de 2017, enquanto militar, permanentemente envolvido em rescaldos e apoio a populações. E o que hoje vejo, outra vez, na televisão? Oito anos depois, é exatamente a mesma situação”.

O candidato a Belém considerou esta situação “inaceitável, em termos de planeamento e organização”, defendendo que estas “falhas estruturais” têm de ser resolvidas, começando pelo próprio Estado que, diz, tem de combater “os pequenos interesses que, de alguma forma, se anulam nas suas capacidades”.

Horas depois, o Presidente da República falou aos jornalistas para avisar que os próximos dias vão ser preocupantes ao nível do combate aos incêndios, a avaliar pelas previsões meteorológicas,

Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se particularmente preocupado com os incêndios que lavram em Piódão e Sátão, mas afastou qualquer comparação com Pedrógão Grande, numa aparente resposta ao homem que lhe quer suceder no cargo de chefe de Estado.

Não há comparação possível porque em 2017 apesar de haver uma estrutura da Proteção Civil, não tinha o grau de coordenação, nem os bombeiros tinham o grau de capacidade de liderança que hoje têm, nem outras instituições fundamentais tinham o grau de resposta que hoje têm, nem o envolvimento de militares”.

De recordar que esse ano de 2017 teve, além de Pedrógão Grande, um outro foco de grandes incêndios em outubro, morrendo 50 pessoas no espaço de apenas três dias.

Gouveia e Melo critica a atuação do Estado na prevenção e combate aos incêndios, descrevendo-o como “um Estado do improviso”. “Se for eleito da Presidente da República, farei tudo para combater isto”, prometeu, apontando como soluções a aposta numa “economia da floresta” e no “povoamento do interior”.

Nós não podemos ter mais de metade do nosso território praticamente despovoado, com uma densidade habitacional muito baixa”, lamenta. “Temos de fazer planeamento florestal, desmatamento, substituição de algumas espécies, combater alguns interesses económicos de monoculturas e, em termos de prevenção e do combate aos incêndios, temos de unir o Estado todo com uma resposta sólida, organizada e planeada. Não podemos continuar a improvisar.”

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo