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AFIRMAÇÃO QUE TARDA EM SURGIR: DANIEL BRAGANÇA SUPLENTE UTILIZADO 43 VEZES

Há quem aponte Daniel Bragança como um dos médios de maior talento que Alcochete já produziu. Dono de um passe refinado, perfil cerebral, uma visão alargada, capaz de encontrar espaços em zona povoada, permitindo à equipa desmontar com maior facilidade o bloco adversário. Qualidades que ainda não foram suficientes para uma afirmação no onze leonino.

Os números não enganam e traduzem, de forma clara, o adiamento de uma explosão que vem sendo anunciada desde a chegada de Rúben Amorim ao comando dos leões que, recorde-se, o recrutou após uma época de empréstimo de grande fulgor ao serviço do Estoril. Com o técnico em Alvalade, para se ter uma noção, Daniel Bragança foi suplente utilizado em… 43 ocasiões! Apenas 16 jogos com estatuto de titular, 10 deles na Liga. Um verdadeiro suplente de luxo que se encontra na primeira linha, na frente de todos, na busca da oportunidade.

Pois bem, a dois jogos do término de mais uma época, surge (novamente) a questão: quais serão, então, as razões para Daniel Bragança não somar mais minutos na estrutura idealizada por Amorim?

A resposta até pode ser complexa, ter várias atenuantes, mas há uma certeza: não será, por certo, por falta de confiança do treinador que, vezes sem conta, publicamente até, deu injeções de motivação ao médio que tem correspondido sempre que é chamado.

Outro fator importante, que já serviu de justificação pelo próprio técnico, deve-se à concorrência. E se na primeira época havia Palhinha e João Mário (com Matheus Nunes sempre à espreita e a ser uma das armas secretas de eleição), na presente temporada, apesar da saída de João Mário, foi o mais recente internacional português a assumir totalmente o protagonismo. Um crescimento de tal forma que Matheus Nunes é (apenas…) o elemento do plantel com mais partidas – soma 49 jogos, 3716 minutos, com exibições que despertaram o interesse de alguns gigantes europeus.

Daniel Bragança foi obrigado a esperar. Novamente. Com uma luz de esperança para a próxima temporada. É que Matheus Nunes, o concorrente direto, foi o suplente utilizado com mais presenças na última época: 22 jogos. Bragança recebeu esse estatuto esta temporada e lidera a tabela, com 25. Será que a história se repete e Bragança será o protagonista que se segue?

Além da concorrência, Daniel Bragança tem-se debatido, nos últimos dois anos, com outro obstáculo, também ele já evidenciado pelo técnico: o sistema. O 3x4x3 de Amorim, com um meio-campo a dois, reduz o raio de ação do médio. Bragança, não tendo a capacidade de correr dezenas de metros com a bola como Matheus Nunes ou a força nos duelos e desarme de João Palhinha, tem sido lançado quando os leões tinham o adversário remetido à sua área, com os espaços todos fechados e com o Sporting sem receio de correr riscos defensivos. Mesmo assim, com poucos minutos, teve influência em diversas ocasiões e até se estreou a marcar no Sporting, no triunfo dos leões em Barcelos, por 3-0, a sair do… banco de suplentes.

Rúben Amorim, tal como fez com Matheus Nunes, tem um plano preparado para Bragança. Com contrato até 2025 (renovou no início da época), a intenção do técnico passa por dar-lhe um papel de maior protagonismo. O mercado – com Palhinha e Matheus Nunes na linha da frente – pode ser decisivo. Certo é que, sendo a próxima a terceira época na equipa principal, será a hora de Bragança mostrar, de forma definitiva, de que é muito mais do que um talismã a sair do banco…

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