Quarta Registada: Varandas em ano de leão
Quando no dia 15 de maio de 2018 cerca de 40 encapuzados entraram Academia dentro para agredir jogadores, treinadores e restante staff do Sporting vaticinou-se que seria preciso uma década para o clube se endireitar. O verão quente que se seguiu, com a destituição de Bruno de Carvalho da presidência leonina, a preparação da temporada a cargo de uma comissão de gestão e eleições marcadas para setembro fazia com que esses profetas da desgraça navegassem sobre esse vaticínio com a certeza de razão.
Foi difícil, sem dúvida. Frederico Varandas ganhou as eleições e além de ter herdado este cenário dantesco cometeu erros que, pelo momento do clube, ganharam ainda mais repercussão do que ganhariam num normal arranque de nova era. Mas à terceira época, 2020/2021, o título nacional de futebol, inédito em 19 anos e depois de cartada de risco com a contratação de um treinador de 10 milhões de euros. Nessa temporada o Sporting não ganhou apenas o futebol, ganhou também o futsal e o basquetebol. Um ano de leão como há muito não se via e que esta temporada pode ser superado. Muito antes do tempo que vaticinaram como da recuperação leonina, muito antes de qualquer belenensização, como por delírio alguns voltaram a chamar à conversa – como se a força social do Sporting alguma vez o permitisse… -, o emblema de Alvalade pode esta época ter a melhor temporada do século.
O futebol já foi; o andebol também; o futsal está bem encaminhado para novo título de campeão nacional – o quarto consecutivo -, depois de ontem à noite os pupilos de Nuno Dias terem-se colocado em vantagem de 2-0 na final do play-off, após vitória no pavilhão do SC Braga por 2-0; o hóquei em patins está ainda em cena – hoje decide com o FC Porto quem vai estar na final – e além disso já com estatuto de campeão da Europa, uma vez conquistada esta época a terceira Champions na presidência de Varandas, que conta também com duas no futsal. Ou seja, contas feitas a títulos nacionais em futebol e nas principais modalidades de pavilhão, são já sete e podem passar a nove – só falta o voleibol estrear-se neste sucesso. Nada mau para quem diziam destinado a ficar na história como um dos piores presidentes do clube.
O bronze de Liliana Cá, no disco, foi a primeira medalha para Portugal nos Europeus de atletismo, onde os impressionantes 18,08 metros de Pichardo no triplo não chegaram para o ouro, porque o espanhol Jordan Díaz fez impressionantes 18,18! Desforra marcada para os Jogos Olímpicos de Paris?