Bruno Lage encostou Rui Costa à parede

nome de José Mourinho, que volta a andar pela Luz, pode não chegar.
Sem nada a dizer, Rui Costa decidiu deixar os resultados falar por ele. Os financeiros e os desportivos. Se os primeiros não provocam emoções, os segundos movem montanhas
Bruno Lage ficou outra vez exposto, após novo mau resultado e exibição do Benfica, e pôs, publicamente, o lugar à disposição. Foi isso que sucedeu na sala de imprensa da Luz e o treinador passou a bola para Rui Costa, obrigando-o a tomar uma decisão. Naquele momento, o futuro de Lage no banco era aquilo que o presidente quisesse, sem mais demoras ou dinheiro. Pouco depois da 01h00, Rui Costa anunciava a decisão.
Todos os benfiquistas compraram a narrativa, porque a entenderam, de que após o Mundial de Clubes o que interessava era vencer a Supertaça e chegar à Liga dos Campeões. Objetivos conseguidos, que sossegaram as bancadas e a direção. À oposição de Rui Costa restou aplaudir os resultados e focar-se no resto dos argumentos. Jogar bem ficava para depois.
Entre muita coisa do que disse na sala de imprensa nos últimos tempos, Lage teve duas frases sobre futebol que lhe marcariam sempre o destino. Afirmou que teve o que queria no mercado de transferências e que, por isso, a responsabilidade era agora dele de torná-los numa equipa e colocá-la a «jogar bem». Rui Costa e a sua direção, nesse aspeto, teriam feito o seu trabalho no entender do treinador. Depois, no pormenor, Lage argumentou que o Benfica era uma das melhores equipas na Europa a pressionar. Tenho por norma uma ideia: diz-me como terminas um jogo, dir-te-ei que equipa és. E numa altura em que o Benfica precisava de pressionar forte, de ter uma reação imediata à perda, de sufocar o
adversário, viu-se o oposto.
O presidente escolheu o silêncio num momento em que os outros candidatos ganhavam espaço mediático e atacaram-no. Sem nada dizer, Rui Costa decidiu deixar os resultados falar por ele. Os financeiros e os desportivos. Se os primeiros não provocam emoções, os segundos movem montanhas e, por isso, no final do jogo, todas as TV mostraram adeptos a pedir a saída de Bruno Lage, alguns também do maestro. Sem evolução na equipa, assim que os resultados deixaram de aparecer, ficou Lage com as orelhas a arder e Rui Costa encostado à parede.
O momento é sensível por causa das eleições e uma mudança de treinador, contratando um que não esteja no clube, pode limitar o raio de ação de um presidente que não seja Rui Costa.Já era assim antes, mas agora não se perceciona outra maneira de o maestro sair por cima a 25 de outubro se a bola não entrar nas balizas