A presidência de Pinto da Costa no FC Porto em dez momentos

Pinto da Costa, histórico presidente do FC Porto e figura incontornável do futebol nacional e internacional, morreu este sábado, aos 87 anos. O JOGO recorda dez momentos marcantes dos 42 anos de liderança do dirigente no clube azul e branco.
A primeira eleição
Seis anos depois de ter sido convidado por Américo de Sá para integrar o departamento de futebol do FC Porto, Pinto da Costa é eleito presidente do FC Porto a 17 de abril de 1982. É eleito com mais de 95 por cento dos votos, naquele que foi o ato eleitoral mais concorrido até então e foi empossado presidente do clube azul e branco a 23 de abril.
O primeiro título
O primeiro título oficial na “era Pinto da Costa” surgiu no ano em que foi eleito, através do hóquei em patins. A modalidade não vencia qualquer título desde a implementação. em 1955, mas arrebatou a Taça das Taças. O futebol esperou um ano: em 1983, o FC Porto conquistou a Supertaça frente ao Benfica. António Morais era o treinador.
Enfim, a ambicionada glória europeia
Em 1987, o FC Porto ganhou nova grandeza debaixo dos holofotes internacionais. A final perdida na Taça das Taças, três anos antes, ainda amargurava o universo portista, mas, a 27 de maio de 1987, chegou a glória europeia, sob forma da Taça dos Campeões. Na mítica final de Viena, Madjer – com aquele calcanhar… – e Juary contrariaram o tento inaugural de Kogl. Seguiu-se um período auspicioso: a Taça Intercontinental, ainda no mesmo ano, e a Supertaça Europeia, no início de 1988.
Brilhantes anos 90
A entrada nos anos 90 marcou o início da verdadeira hegemonia do FC Porto no futebol nacional. Foram oito campeonatos, cinco conquistados de forma consecutiva no único “Penta” (entre 1994 e 1999) alguma vez registado no nosso país. E ainda houve tempo para três Supertaças e três Taças de Portugal…
Um novo estádio
A viragem do milénio trouxe a necessidade de modernização e Pinto da Costa concretizou um dos seus desígnios de longa data: a construção de um novo estádio para o FC Porto, em substituição das Antas. Em 2003, nasceu o Estádio do Dragão, que foi inaugurado a 16 de novembro de 2003, com um jogo amigável entre portistas e Barcelona, onde despontava um tal de Lionel Messi. O convidado não estragou a festa e o FC Porto venceu por 2-0. Derlei e Hugo Almeida foram os marcadores de serviço.
Glória europeia 2.0… com Mourinho
Após três épocas com Sporting (duas vezes) e Boavista a arrebatarem o título nacional, Pinto da Costa fez aposta de risco em José Mourinho, mas a recompensa não poderia ter sido maior. O treinador que viria a ser conhecido como “Special One” pegou na equipa ainda em 2001/02, mas só na época seguinte criou impacto. E de que maneira! Além de um bicampeonato, o FC Porto venceu uma Taça de Portugal, uma Supertaça e, claro, a Taça UEFA e a Liga dos Campeões… em anos consecutivos. Um feito que muitos julgavam impensável no futebol moderno, mas que os dragões, encabeçados por Pinto da Costa e Mourinho, tornaram possível.
O segundo “Tetra”
Nos anos 90, não houve “Penta” sem “Tetra”, mas a façanha de arrebatar quatro campeonatos de forma consecutiva teria repetição entre 2005 e 2009. Co Adriaanse e Jesualdo Ferreira foram os artífices, ao leme de uma equipa que contou com nomes marcantes como Lucho González, Quaresma, Lisandro, Pepe e Helton, entre outros.
Aquele ano de ouro com… André Villas-Boas
Numa aposta em tudo semelhante à de José Mourinho, Pinto da Costa contratou André Villas-Boas, então jovem treinador, á Académica e voltou a beneficiar de um risco… calculado. A nível nacional, em 2010/11, os dragões só não levantaram a Taça da Liga. De resto, foi perfeito: campeões sem derrotas, Taça de Portugal e Liga Europa, batendo o Braga (1-0) na única final europeia jogada em português.
Mil vitórias ao 41.º ano
O dia 29 de outubro de 2023 ficou marcado por um número redondo na presidência de Pinto da Costa. Em Vizela, ao 1368.º jogo ao leme do FC Porto, surgiu o milésimo triunfo. Taremi e Eustáquio foram os autores dos golos.
O cair do pano
Após 42 anos na função de presidente do FC Porto, Pinto da Costa deixa o leme do clube que amou desde pequeno. No ato eleitoral mais concorrido da história azul e branca, em abril de 2024, o ex-treinador André Villas-Boas levou a melhor nas urnas, reunindo cerca de 80 por cento dos votos do universo de associados portistas. Na história, ficou um legado indelével.