FC Porto não poupa arbitragem de Vila do Conde: «Prejudicados são sempre os mesmos…»

O FC Porto voltou, esta terça-feira, a Vila do Conde, atacando as decisões do árbitro Gustavo Correia e, sobretudo, do VAR Vasco Santos, no empate (2-2) com o Rio Ave.
Essa partida da 20.ª jornada da Liga Portugal Betclic, testemunhou Record, foi assistida ao vivo pelo presidente da APAF, Luciano Gonçalves, que é também candidato a liderar o Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), na lista de Pedro Proença, e pelo ex-árbitro Nuno Almeida, que integra a mesma equipa.
Através da newsletter Dragões Diário, os azuis e brancos até recuaram no tempo para registarem lances de outros jogos em que participaram, tanto da equipa principal, como da equipa B, para carregarem nas críticas à dualidade de critérios que dizem existir.
E concluíram assim: “Pode parecer ironia, mas é realmente factual e facilmente apelidável de terceiro-mundista um campeonato que ocupa o sétimo lugar do ranking UEFA. A maior das ironias é que os prejudicados são sempre os mesmos e ainda pagam a fatura.”
A começar, tal como já havia na crónica do jogo feita no site oficial, o FC Porto começa por lamentar que o Rio Ave tenha benficiado “de dois infortúnios da defesa do FC Porto e de uma arbitragem desastrosa da equipa liderada por Gustavo Correia para acabar com onze jogadores, marcar duas vezes e resgatar um ponto (2-2).”
E os dragões prosseguem com os lances em que se sentiram prejudicados: “Logo ao quarto minuto, o juiz da AF Porto ignorou um pisão violento de Petrucci sobre o tendão de Aquiles de Samu – um lance sem direito a qualquer cartão e que prova a disparidade do critério de Gustavo Correia, VAR responsável pela expulsão de Nico González há duas semanas em Barcelos.”
“Aos 17, Olinho entrou de sola sobre Alan Varela e escapou ao primeiro amarelo; aos 48, o mesmo atleta empurrou Rodrigo Mora dentro da área com as duas mãos e sem qualquer intenção de jogar a bola, fugindo ao segundo cartão; aos 55, Demir Tiknaz tocou o esférico com o braço e os portistas voltaram a sair prejudicados por um critério de análise que parece depender da cor das camisolas e da área onde ocorrem os lances, pois basta recordar que nem dois dias passaram sobre o penálti assinalado contra o FC Porto B num lance de ressalto”, prosseguem os azuis e brancos na sua newsletter, virando depois atenções ao VAR da partida.
“Vasco Santos, o VAR do encontro, somou mais um erro grave ao não alertar o chefe de equipa para uma grande penalidade que só ele não terá visto através das imagens televisivas. Não é a primeira vez esta temporada que o árbitro da AF Porto tem tido dificuldade em acertar decisões nos jogos do FC Porto, como é exemplo o penálti sobre Pepê em Moreira de Cónegos ou a expulsão perdoada a Morita na meia-final da Taça da Liga”, relatam os dragões, que trazem, depois, o CA da FPF à pedra.
“Disso não se podem queixar os adversários diretos do FC Porto, permanecendo bem presente a inexplicável inércia de Vasco Santos no jogo de um dos rivais no campo do Moreirense esta temporada. Apesar de o acumular de erros grosseiros de Vasco Santos lhe continuar a valer nomeações para jogos importantes, fica a curiosidade de saber até quando esta impunidade passará ao lado do Conselho de Arbitragem”, questionam os dragões, mantendo o foco crítico no VAR.
“Curiosa é também a situação de, para além destas falhas humanas ajudadas pela tecnologia, a própria tecnologia VAR nem sempre funcionar como deveria. Certamente que ontem não terá sido o caso, de tão grosseiros que foram os erros de quem exerce a função de videoárbitro, mas convém relembrar que a referida tecnologia não atua na sua plenitude em todos os campos do país”, referem, como assistência para o remate final.
“Em setembro, aquando da deslocação da equipa B a Penafiel, foi comunicada ao FC Porto a existência de falhas tecnológicas que condicionam a utilização do VAR naquele estádio. Após diversas reuniões nos últimos meses com as instâncias que supervisionam as competições e a arbitragem, o Clube percebeu tratar-se de uma situação recorrente e que se verifica em vários campos do país, inclusive da Primeira Liga, mas continua sem ter um cabal esclarecimento por parte das entidades competentes de quais os estádios em que isso acontece de forma regular”, pode ler-se ainda na newsletter.