Era o que mais faltava: Gyokeres pode abandonar Sporting a custo zero
Perto de se assinalar os 30 anos que marcam o assinar do Acórdão Bosman, responsável por alterar para sempre as diretrizes do mercado de transferências na Europa, visto ter definido que os futebolistas por serem trabalhadores comunitários não poderiam ser impedidos de jogar noutro clube europeu, faz-se agora o exercício de pensar no cenário em que Viktor Gyokeres possa rescindir unilateralmente o contrato com o Sporting.
Lassana Diarra é o responsável por este exercício tendo em conta ter contestado os moldes da sua saída do emblema russo, Lokomotiv Moscovo, há 10 anos e ter feito por isso, sair uma nova decisão do Tribunal da Justiça da EU (TJUE), que preserve e garanta os direitos do jogador à mobilidade e a um maior sistema de transferências equilibrado.
José Miguel Albuquerque, advogado de direito do desporto e presidente da Associação Portuguesa de Direito Desportivo falou com o jornal A Bola e fez questão de explicar a situação: “Esta decisão irá implicar mudança nas regras, que presumivelmente agora se fará com diálogo entre a FIFA e outros players. Isto para dizer que um atleta que rescindir unilateralmente e sem justa causa o seu contrato com determinado clube continuará a ter de indemnizá-lo”.
Assim, analisando o caso do avançado sueco no Sporting, podemos especular que caso o Clube não cumprisse tudo o que havia sido contratualizado, e o jogador deixasse de comparecer aos treinos, rescindindo unilateralmente o contrato, o clube que o contratasse de seguida deixaria de ser responsável pela indemnização que seria devida aos leões.
Esta temporada, ao serviço do Sporting, Viktor Gyokeres – avaliado em 65 milhões de euros – foi utilizado em onze encontros (1.005 minutos), apontou 12 golos e fez três assistências. O avançado tem contrato com os leões até junho de 2028 e uma cláusula de rescisão fixada nos 100 milhões de euros.