A vida proporcionou-me amigos que estão comigo como se fosse presidente do FC Porto ou da República
A vida com a doença: “Faço a minha vida na mesma. Fiz sempre. Tudo o que quis fazer, fiz. A vida proporcionou-me amigos que, hoje, estão comigo como se fosse presidente do FC Porto ou da República. Isso, para mim, não tem preço. Ao mesmo tempo, também faço isto para que os meus amigos estejam preparados, porque, um dia, isso vai acabar.
A quem contou sobre a doença: “Não partilhei com ninguém. Partilhei com a minha mulher, ela fingindo que não sabia, mas sabia. De resto, não disse a ninguém. Não disse aos meus filhos. Tinha de ir ao IPO, e disse à minha filha ‘Olha, vou ao IPO porque tenho uma coisa que não sabem o que é’. Ela ficou preocupada e disse que vinha comigo. Ela e a minha mulher vieram comigo, e aí é que ficaram a par da situação. Foi já este ano.”
O tratamento: “Estão a reagir bem, talvez pela maneira como eu encaro. Não alterei absolutamente nada na minha vida. Só faço medicação. Fui ao hospital há um mês, e, agora, se calhar, vou em setembro. Fisicamente, andei com uma dor, mas, desde que fiz o último tratamento, desapareceu. Acho que elas também encaram assim. A única coisa que mudou na minha vida é que só estou com quem gosto. Sou incapaz de dizer que tenho de ir aqui ou acolá. Isso acabou para mim. Não tenho. Já não tenho obrigações no FC Porto, por isso, não tenho obrigações de estar com quem não quero.”