Época do andebol começa com reunião do clube exclusivo
A Póvoa de Varzim recebe neste fim de semana uma reunião do clube mais exclusivo do andebol nacional. Os únicos quatro clubes que já venceram a Supertaça – Sporting, FC Porto, Benfica e ABC – voltam a disputar o troféu, com três jogos que prometem uma abertura de grandes emoções para a nova época desportiva.
Depois de ter conquistado todos os troféus nacionais disputados na época passada, os leões de Ricardo Costa querem repetir o feito e entrar na nova temporada a vencer, até para encurtar a distância para os rivais no que diz respeito ao número de Supertaças dos rivais. Do quarteto, o Sporting é aquele que tem menos conquistas, tendo chegado à quarta na época passada, quando venceram o Benfica na final, depois de terem ultrapassado o FC Porto na meia-final.
Ora, neste sábado, o campeão nacional defronta o ABC (15h), e o treinador leonino assume o favoritismo, mas exige responsabilidade aos seus jogadores para repetir os sucessos do ano anterior.
«A nossa ambição é máxima e intocável. Não é por termos ganhado o que ganhámos que estamos de barriga cheia. Isso já passou, pertence ao passado, está no museu e agora temos de fazer tudo de novo», receita o técnico, em declarações aos órgãos do clube, antes de elogiar o adversário, assegurando que a equipa não vai estar a pensar antecipadamente na final. «Sabemos que somos favoritos, mas respeitamos o ABC, que tem uma equipa composta por bons veteranos e jovens, como por exemplo três centrais que são muito talentosos e que, provavelmente, serão o futuro da Seleção nacional. Por isso, temos de ter o máximo respeito por eles e pensar apenas na meia-final e não mais à frente», nota.
O treinador do conjunto bracarense, Filipe Magalhães, por seu turno, admite que terá pela frente o principal candidato à conquista do troféu, mas assume que o ABC olha para a Supertaça como uma competição que, pelo formato, deixa o clube mais perto da conquista de um troféu, algo que não consegue desde que em 2017 venceu a Supertaça, precisamente numa final frente aos leões.
«Sabemos que esta competição é uma excelente oportunidade para regressarmos aos grandes momentos e reconquistarmos troféus para o ABC. Mas o Sporting é o campeão nacional e vencedor de todos os troféus nacionais da época transata, e apresenta-se como o mais forte candidato à vitória. Com um plantel recheado de grandes jogadores, superiormente orientado pelo Ricardo Costa, e mantendo a estrutura base da época anterior, será, sem dúvida, um adversário muito difícil de bater», antevê.
Clássico é prato forte
A segunda meia-final coloca frente a frente FC Porto e Benfica, no jogo que marca o regresso de Magnus Andersson aos dragões, depois de um ano longe do clube que conduzira a quatro títulos consecutivos, além de duas Supertaças e outras tantas Taças de Portugal.
Os dragões, dominadores no historial da prova, com mais um título (8) do que Benfica e ABC, defrontam precisamente as águias (17h30), clube que mantém o espanhol Jota González no comando técnico, depois de um ano para esquecer, sem qualquer título conquistado e no qual ficou afastado das decisões numa fase muito precoce da época.
Ainda assim, o treinador das águias diz que a pré-época foi positiva, desde logo porque, ao contrário da época passada, não provocou lesões graves.
«Na época passada passámos por muitos problemas, com grandes dificuldades, e há que pensar com nova confiança e com fome de ganhar. Acredito que o trabalho que temos feito tem sido muito bom e temos tido muito menos problemas do que na pré-época anterior. Nesse sentido estamos contentes, e sinto que a equipa está preparada. Talvez a principal questão seja o nosso novo central [o húngaro Egon Hanuzs], que esteve nos Jogos Olímpicos, e terá de se adaptar à nossa forma de jogar», antecipa.
Do lado do FC Porto, a antevisão foi feita na quinta-feira por Rui Silva, que sublinhou que depois de um ano sem troféus, a responsabilidade é ainda maior. «Temos sempre fome de ganhar e mesmo quem cá está há muito tempo sente sempre essa fome, essa vontade de vencer. Representarmos o FC Porto e isso traz-nos essa responsabilidade extra. O facto de estarmos num clube ganhador obriga-nos a estar sempre prontos para tudo», resumiu o central.