longe da baliza e tão próximo do golo
Galeno a vingar a lateral-esquerdo e a marcar golos com a mesma cadência com que o fazia a extremo era a última coisa que se esperava neste FC Porto com marca registada de Vítor Bruno. Sim, no passado, Galeno recuou diversas vezes para a defesa no decorrer das partidas, e com Sérgio Conceição ganhou ferramentas que hoje lhe são úteis para dar resposta à exigência do treinador dos dragões. Poderá ser uma solução temporária e transitória até Wendell (se não for vendido) voltar ou os portistas encontrarem um lateral de raiz dado que Zaidu continua a recuperar depois de ter sido operado a uma lesão ligamentar do joelho esquerdo, em fevereiro passado.
Mais longe da baliza, Galeno nem por isso está mais afastado do golo. É verdade que dos quatro que marcou esta temporada, apenas dois foram em lances de bola corrida, justamente na condição de extremo na final da Supertaça contra o Sporting, que o FC Porto ganhou por 4-3 no prolongamento após reviravolta histórica e inédita. Nos triunfos frente ao Gil Vicente e Santa Clara prevaleceu a sua frieza na conversão de grandes penalidades.
Com quatro golos em três jogos, Galeno, mesmo em missão diferente nas duas mais recentes partidas dos azuis e brancos, igualou não só o registo na época passada, como os das temporadas 2021/22, quando estava no SC Braga, e 2016/16, era ainda um aspirante a craque na equipa B do FC Porto. Ou seja, os melhores registos de arranques de Galeno não ficaram feridos pela mudança de papel na equipa. Ainda assim, reforçamos, foram dois golos da marca dos 11 metros que mantiveram o padrão, ainda que seja evidente que o lado esquerdo do FC Porto ganha asas com o internacional brasileiro pela capacidade que revela de engolir quilómetros e do próprio modelo de Vítor Bruno o proteger nessas subidas ao ataque.
Coberto de elogios por Vítor Bruno pela sua entrega, há uma dúvida que fica no ar: depois de receber o Rio Ave, o FC Porto tem no final deste mês reedição do clássico frente ao Sporting, desta vez para a 4.ª jornada da Liga. O técnico portista tem alterado o onze em cada jogo, dependendo do rendimento dos futebolistas no treino e das características do adversário. E tudo tem saído bem, porque há uma ideia de jogo definida que cola todas as peças de forma harmoniosa.
Teremos Galeno a lateral-esquerdo em Alvalade? Provavelmente, sim, salvo se contra o Rio Ave o treinador entender utilizar outra unidade, Wendel, por exemplo, ou optar por uma adaptação – Martim Fernandes já lá jogou, mas está num nível excecional no lado direito. Uma coisa é certa: seja onde for utilizado, Galeno está pronto para dar resposta.